Há alguns dias atraz cheguei ao aeroporto a Lisboa um bom bocado antes do meu voo. Já é costume pois, primeiro não gosto de andar atrasada, em segundo por que adoro observar as pessoas ……nos aeroportos!
Depois de um almoço de paella meio esturrado dirigi-me à minha porta de embarque que já tinha mudado duas vezes. Estive duas horas à espera.
A porta encontrava-se mesmo a frente das casa de banho daquela zona. Ali se encontravam a “trabalhar” um homem português e uma senhora, um pouco mais velha que ele, brasileira.
Encontravam-se, os dois e o carrinho com as vassouras, no “hall” entre os W.C. de senhora e os dos homens.
Falavam da crise no país, e nas regalias que tinham todas as pessoas que partiam para o estrangeiro. E que daqui, e que dali,.. chegou-se ao pé deles um homem que, pelo que eu percebi, era emigrante na Suiça, e começou a falar com eles.
Entretanto já eu ali estava sentada há mais de meia hora e, não vi, nem um nem outro, dos empregados do aeroporto, entrar numa das casas de banho para fazer seja o que for.
Grande conversa, asneira atráz de asneira, falaram muito da Suiça e das suas leis e, posso garantir-vos que percebiam tanto d’ elas como eu percebo de lagares de azeite.
Pensava eu “ como é que pode ser, ali há uma hora sem fazer nada, havia de chegar um chefe e dizer-lhes que o salário não se ganha na conversa.” A conversa já me estava a entrar pelos olhos!!!
Chegou o chefe, ou melhor, a chefe. Uma mulher de cor, redondinhs e ainda jovem.
Chegou e juntou-se à conversa!
O nosso amigo emigrante na Suiça é que estava radiante pois, cada vez que a senhora se virava, comia-lhe com os olhos as pernocas envoltas nuns “leggings” colados á pele.
O homem acabou por vir embora, pois estava a fazer-se o embarque, e deixar os três naquela amena cavaqueira.
Gostava só de dizer a pessoas como estas, que ganham o seu dinheiro, a fazer o mínimo possível, que se eu, aqui na Suiça, se trabalhasse como eles, já teria sido obrigada a voltar a Portugal há muito! Que não é assim que se constroe nada em lado nenhum. Que, é verdade que ganho muito bem a minha vida mas me levanto todos os dias ás seis da manhã e, durante oito horas e meia de trabalho diário, o tempo é ocupado a trabalhar e não a falar de merdas que não levam a nada! Que a maior parte do dinheiro que ganho vai para Portugal, para os meus filhos puderem estudar e assim ajudar no pouco que posso o nosso país!
Pronto, tenho dito!
Abraços
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